Imigração portuguesa no Brasil
O Brasil foi descoberto pelos portugueses em 22 de abril de 1500. Logo
após o fato, os colonos passaram a se estabelecer na colônia, porém, de forma
pouco significativa. De início, aqui foram deixados degredados (pessoas tidas
como indesejáveis em Portugal, que tinham como pena o degredo
no Brasil). Esses primeiros colonos foram abandonados à própria sorte e
acabaram sendo acolhidos pelos grupos indígenas que viviam no litoral. Os
degredados chegaram a compor de 10 a 20% da população da Bahia e Pernambuco(áreas mais ricas). Em contrapartida, nas regiões
periféricas, como o Maranhão, os degredados eram entre 80 e 90% da população
portuguesa.
Durante os séculos XVI e XVII, a imigração de portugueses para o Brasil foi
pouco significativa. A Coroa Portuguesa preferia investir na sua expansão
comercial no continente asiático e pouco valorizava as suas
possessões nas Américas. Porém, durante o século XVI, piratas franceses e de outras nacionalidades começaram a rondar
o território brasileiro e a fazer tráfico de pau-brasil dentro das terras lusitanas. Essa situação
obrigou a Coroa Portuguesa a começar efetivamente a colonização do Brasil. Os primeiros colonos
portugueses começaram a chegar ao Brasil em maior número após 1530. A
colônia foi dividida em capitanias hereditárias e as terras foram divididas
entre nobres lusitanos. Para promover a colonização desses
grandes lotes de terra, a Coroa Portuguesa passou a incentivar a ida de colonos
para o Brasil, que recebiam sesmarias e tinham um prazo de tempo para desenvolver a
produção.
Nesse período, vieram para o Brasil portugueses de
todos os tipos: ricos fazendeiros, aventureiros, mulheres órfãs, degredados,
empresários falidos e membros do clero. O foco
da imigração foi a Região
Nordeste do Brasil, já que as
plantações de cana-de-açúcarestavam em pleno desenvolvimento.
Essa imigração colonizadora ficou marcada pela masculinidade da população: as
mulheres portuguesas raramente imigravam, pois na Europa o
Brasil possuía a imagem de uma terra selvagem e perigosa, onde apenas os homens
poderiam sobreviver. No Nordeste brasileiro nasceu uma sociedade açucareira rígida,
formada pelo colono português e seusescravos africanos. Para suprir a falta de mulheres portuguesas, a
Coroa Portuguesa passou a enviar para o Brasil mulheres órfãs que, ao invés de
seguirem o caminho religioso, iam se casar no Brasil. Todavia, os esforços não
foram suficientes e a miscigenação ocorreu em larga escala: as mulheres indígenas e africanas acabaram por substituir a falta
das mulheres portuguesas.
Surge, então, o "branco da terra": filho
do colono português com as índias locais. Mais tarde, surge a figura do mulato: filho
do europeu com as africanas.[5] Desembarcaram
também na colônia judeus, muitos cristãos-novos e ciganos. Sob o domínio
holandês centenas
de judeus de Portugal e Espanha se instalaram, sobretudo, em Pernambuco, acrescentando à diversidade étnica do Brasil
colonial.
Os
primeiros habitantes do Brasil.
Quando
falamos sobre o descobrimento do Brasil, notamos que muitos livros didáticos e
pessoas ainda atribuem esse feito à figura do navegador português Pedro Álvares
Cabral, no ano de 1500. Contudo, sabemos que os primeiros descobridores do
nosso território foram as antigas comunidades que chegaram à América no período
pré-histórico e, com o passar do tempo, formaram diversas civilizações.
Essas
comunidades só foram chamadas de “indígenas” e os seus integrantes de “índios”
com a chegada dos europeus. Tal nome foi dado porque, quando chegaram aqui pela
primeira vez, os europeus acreditavam que tinham alcançado a Índia. De tal
forma, percebemos que o termo foi resultado do contato entre os brancos e os
nativos.
Quando
falamos dos índios temos que ter o cuidado de não pensar que os índios são
todos iguais. Ao longo dos séculos, as comunidades indígenas aqui formadas
desenvolveram diferentes tipos de costumes, línguas, valores e tradições. Até
mesmo em sua fisionomia, podemos observar que os povos indígenas também possuem
outras interessantes.
Algumas
comunidades indígenas do Brasil viviam de forma nômade e seminômade, consumindo
os recursos naturais disponíveis e depois se mudando para regiões que tivessem
maior disponibilidade de animais de caça, plantas, frutos e recursos hídricos.
Por
outro lado, também havia povos indígenas que dominavam a agricultura e que
tinham uma rotina de trabalho intensa e regular. Não por acaso, muitos desses
indígenas foram empregados como escravos nas propriedades criadas pelos
colonizadores portugueses.
Além
de dominarem a caça e pesca, temos em várias comunidades indígenas a presença
de um vasto conhecimento sobre a vegetação do território. Não raro, tal
conhecimento era empregado para a fabricação de remédios naturais que acabaram
sendo utilizados pelos colonizadores.
Organizando-se
de forma variada, percebemos que uma quantidade expressiva dos indígenas vivia
em grandes cabanas chamadas de “ocas”. Nas ocas temos a presença de várias
famílias e integrantes de uma comunidade vivendo de forma muito próxima. As
habitações menores e com poucos integrantes eram mais comuns em comunidades
menores.
De
acordo com estudos atualizados, até a época da chegada dos portugueses, o
Brasil contava com 1400 povos indígenas. Em termos numéricos, essa variedade de
povos abarcava uma população que oscilou entre a casa dos três a cinco milhões
de habitantes. Com números tão significativos, percebemos o quão importante é a
presença indígena em nossa história.
Infelizmente,
ainda temos um longo caminho para revelar com maior riqueza o passado e a cultura
indígena na formação de nosso povo. A exploração, a matança e o preconceito
contra os povos indígenas acabaram acobertando muitas informações e saberes de
suma importância. De tal modo, cabe a nós, estudiosos, alunos e professores,
ampliar nossos horizontes sobre tão relevante tema.