Formação Histórico-Social do Brasil:
Índios do Brasil antes da chegada dos
portugueses: cultura e sociedade
- Diversos
povos indígenas habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos portugueses
em 1500. Cada povo possuía sua própria cultura, religião e costumes. Viviam
basicamente da caça, pesca e agricultura. Tinham um contato total com a
natureza, pois dependiam dela para quase tudo. Os rios, árvores, animais, ervas
e plantas eram de extrema importância para a vida destes índios. Por isso, os
índios respeitavam muito a natureza.
- Os índios
viviam em tribos e tinham na figura do cacique o chefe político e
administrativo. O pajé era o responsável pela transmissão da cultura e dos
conhecimentos. Era o pajé que também cuidava da parte religiosa e
medicinal, através da cura com ervas, plantas e rituais religiosos.
- Faziam
objetos artesanais com elementos da natureza: cerâmica, palha, cipó, madeira,
dentes de animais, etc.
- A religião
indígena era baseada na crença em espíritos de antepassados e forças da natureza.
- Os índios
faziam festas e cerimônias religiosas. Nestas ocasiões, realizavam danças,
cantavam e pintavam os corpos em homenagem aos antepassados e aos espíritos da
natureza.
-
Historiadores calculam que existiam de 3 a 4 milhões de índios no Brasil antes
de 1500, espalhados pelos quatro cantos do país.
*
Observação: felizmente, muitos dos aspectos culturais citados acima ainda fazem
parte da vida de muitos povos indígenas brasileiros que resistiram até hoje às
influências da cultura dos brancos.
Os Negros Trazidos para o Brasil
No começo da colonização brasileira, os portugueses buscaram
empreender ações econômicas que viessem a estabelecer lucro para a Coroa
Lusitana. A partir do ano de 1530, a instalação das primeiras lavouras de cana-de-açúcar
exigiu um elevado número de trabalhadores que não poderia ser obtido em um país
tão pequeno como Portugal.
Foi então que a escravidão surgiu como uma oportunidade de
resolver essa demanda por mão de obra e, ao mesmo tempo, ampliar os lucros com
a atividade agroexportadora a ser desenvolvida por aqui. Dentre os povos
escravizados, os indígenas brasileiros tiveram sua força de trabalho utilizada
pelos portugueses, assim como as populações africanas que também eram
colonizadas pelos portugueses.
Além do número de africanos transformados em escravos, devemos
também destacar que uma enorme quantidade de prisioneiros morria nos porões dos
navios negreiros. Acomodados em condições degradantes e submetidos a uma dieta
alimentar insuficiente, quase metade dos negros trazidos da África acabava
falecendo na travessia do Oceano Atlântico.
Mesmo tendo acabado no ano de 1888, a escravidão negra ainda teve
efeitos diversos na história brasileira. Apesar da libertação, a população
negra do Brasil ainda sofreu com o preconceito e a imposição de baixos
salários. Pesquisas recentes mostram que pessoas negras que exercem a mesma
função ou cargo de uma pessoa branca recebem salários menores.
Há alguns anos o governo brasileiro vem tomando algumas ações para
amenizar os efeitos negativos da escravidão. Pela nossa lei, a realização de
injúrias racistas ou qualquer tipo de atividade discriminatória por razão
semelhante é punida como crime. Ao mesmo tempo, várias ações e debates vêm
sendo realizados para superar essas lamentáveis marcas deixadas pela escravidão
no Brasil.
A influência da cultura africana no Brasil
Desde a chegada dos negros no Brasil, houve uma grande
influência da cultura africana na nossa maneira de viver em muitas
circunstâncias.
Podemos destacar a presença
afro-brasileira na nossa língua, de proveniência africana temos as seguintes
palavras: cachaça, moleque, quindim, jiló, macumba, marimbondo, cochilo,
tanga, samba, maxixe, zabumba, acarajé, carimbó, canjica, etc. Também se
destacam nomes: Jurema, Iuri, Joaquim, Jusefa, etc. Não podemos nos
esquecer da importância que trouxeram na alimentação: paçoca, feijoada,
quindim, tapioca, bolo de fubá, acarajé, vacapá, bobó, feijão mulatinho, dendê,
inhame e aipim. O Brasil teve uma forte influência da religião africana, tais
como a Cacumba, Iemanjá e o Candoblé. O candoblé por exemplo, é uma
religião fetichista(mas que sofreu influências do cristianismo), hoje comum no
nosso país e que veio originalmente da África.
O racismo e o preconceito têm sua raiz no
processo de escravização dos povos africanos pelos europeus. Os escravos eram
empregados em praticamente todas as atividades nos três séculos e meio que
durou a escravidão em nosso país.
Esse povo sofreu, mas trouxe consigo
características que não se perderam com o tempo e permanecem até hoje
acumulada na diversidade brasileira.
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